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Redes de proteção Bh contra pombos

Patrícia Borges, do ISG

HDT ALERTA SOBRE DOENÇA DO POMBO

HDT ALERTA SOBRE DOENÇA DO POMBO

Mal é causado por fungos do gênero Cryptococcus e que, dependendo do caso, pode matarDois homens morreram recentemente em Santos, litoral de São Paulo, devido à criptococose, conhecida popularmente como "doença do pombo". A criptococose é uma doença infecciosa adquirida por aspiração dos fungos Cryptococccus neoformans e Cryptococcus gattii, que podem ser encontrados nas fezes de pombos urbanos e levar à morte dos indivíduos acometidos.Detectado também em fezes de morcegos, em troncos de árvores e frutas secas, o fungo atinge primeiramente o pulmão, podendo infectar todo o corpo. A infectologista do Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT), unidade da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), Christiane Kobal, explica que após a inalação dos esporos desse fungo, inicialmente o pulmão é comprometido e à medida que o fungo se desenvolve, ele consegue se espalhar em outros locais do corpo. “O fungo se propaga por meio da corrente sanguínea, podendo atingir o sistema nervoso e evoluir para meningite, uma complicação grave da criptococose”, assinala.A médica destaca que o fungo Cryptococcus neoformans causa a doença preferencialmente em pessoas com sistema imunológico comprometido, como as pessoas que vivem com HIV/Aids, pacientes com câncer, pessoas em tratamento com corticosteroides e com doenças autoimunes. “A outra forma do fungo é o Cryptococcus gattii, que afeta tanto pessoas saudáveis como pessoas com imunidade baixa, podendo se manifestar de forma mais grave”, explica.Os sintomas da doença variam de acordo com o estado imunológico de cada pessoa, podendo ocorrer de dois dias a mais de 18 meses, sendo eles: dores de cabeça, febre, vômito, rigidez na nuca, alterações da visão, fraqueza, dor no peito, confusão mental, náusea, falta de ar, formigamento nos braços e nas pernas. Kobal ressalta que os sintomas são semelhantes a muitas outras doenças, como meningites bacterianas e virais, pneumonias ou outras doenças infecciosas febris. “É recomendado que o paciente se dirija ao pronto socorro para que seja confirmado o diagnóstico e, assim, tratado com o medicamento antifúngico. A demora no diagnóstico e tratamento pode levar o paciente ao óbito bem como ocasionar sequelas neurológicas graves”, destaca.Em 2018, o HDT atendeu 61 casos de pacientes com criptococose em Goiás. Neste ano já foram registrados dez casos. A doença passou a ser notificada pelo hospital a partir de 2013, com um total de 267 casos contabilizados até junho deste ano. É importante frisar, que a maioria dos casos de notificações da criptococose são relacionados à pacientes que vivem com HIV/Aids, por ser uma doença oportunista.PrecauçõesComo a infecção é causada por fungos que se proliferam principalmente em fezes de aves, como as dos pombos, a infectologista alerta que o recomendado é evitar o contato com esses animais. “É orientado evitar alimentar e abrigar esses tipos de aves. Os locais onde houver o acúmulo de fezes devem ser limpos com água e cloro”, esclarece. O Ministério da Saúde também recomenda a utilização de equipamento de proteção individual, sobretudo de máscaras, na limpeza de galpões onde há criação de aves ou aglomerado de pombos.Patrícia Borges, do ISGFoto: IStock/Getty Images

21 NOV2022

HDT ALERTA SOBRE DOENÇA DO POMBO

Mal é causado por fungos do gênero Cryptococcus e que, dependendo do caso, pode matarDois homens morreram recentemente em Santos, litoral de São Paulo, devido à criptococose, conhecida popularmente como "doença do pombo". A criptococose é uma doença infecciosa adquirida por aspiração dos fungos Cryptococccus neoformans e Cryptococcus gattii, que podem ser encontrados nas fezes de pombos urbanos e levar à morte dos indivíduos acometidos.Detectado também em fezes de morcegos, em troncos de árvores e frutas secas, o fungo atinge primeiramente o pulmão, podendo infectar todo o corpo. A infectologista do Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT), unidade da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), Christiane Kobal, explica que após a inalação dos esporos desse fungo, inicialmente o pulmão é comprometido e à medida que o fungo se desenvolve, ele consegue se espalhar em outros locais do corpo. “O fungo se propaga por meio da corrente sanguínea, podendo atingir o sistema nervoso e evoluir para meningite, uma complicação grave da criptococose”, assinala.A médica destaca que o fungo Cryptococcus neoformans causa a doença preferencialmente em pessoas com sistema imunológico comprometido, como as pessoas que vivem com HIV/Aids, pacientes com câncer, pessoas em tratamento com corticosteroides e com doenças autoimunes. “A outra forma do fungo é o Cryptococcus gattii, que afeta tanto pessoas saudáveis como pessoas com imunidade baixa, podendo se manifestar de forma mais grave”, explica.Os sintomas da doença variam de acordo com o estado imunológico de cada pessoa, podendo ocorrer de dois dias a mais de 18 meses, sendo eles: dores de cabeça, febre, vômito, rigidez na nuca, alterações da visão, fraqueza, dor no peito, confusão mental, náusea, falta de ar, formigamento nos braços e nas pernas. Kobal ressalta que os sintomas são semelhantes a muitas outras doenças, como meningites bacterianas e virais, pneumonias ou outras doenças infecciosas febris. “É recomendado que o paciente se dirija ao pronto socorro para que seja confirmado o diagnóstico e, assim, tratado com o medicamento antifúngico. A demora no diagnóstico e tratamento pode levar o paciente ao óbito bem como ocasionar sequelas neurológicas graves”, destaca.Em 2018, o HDT atendeu 61 casos de pacientes com criptococose em Goiás. Neste ano já foram registrados dez casos. A doença passou a ser notificada pelo hospital a partir de 2013, com um total de 267 casos contabilizados até junho deste ano. É importante frisar, que a maioria dos casos de notificações da criptococose são relacionados à pacientes que vivem com HIV/Aids, por ser uma doença oportunista.PrecauçõesComo a infecção é causada por fungos que se proliferam principalmente em fezes de aves, como as dos pombos, a infectologista alerta que o recomendado é evitar o contato com esses animais. “É orientado evitar alimentar e abrigar esses tipos de aves. Os locais onde houver o acúmulo de fezes devem ser limpos com água e cloro”, esclarece. O Ministério da Saúde também recomenda a utilização de equipamento de proteção individual, sobretudo de máscaras, na limpeza de galpões onde há criação de aves ou aglomerado de pombos.Patrícia Borges, do ISGFoto: IStock/Getty Imageshttps://www.saude.go.gov.br/noticias/143-hdt-alerta-sobre-doenca-do-pombo

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